Ainda que existam formas simples e funcionais de fazer as coisas, algumas pessoas gostam de complicar. Na garrafa de champanhe, por exemplo, basta retirar o lacre de papel, a “gaiola” e pressionar levemente a rolha por baixo para ela produzir o famoso estalo. Mas há pessoas que acham que abri-la com um sabre é mais “fashion”. No caso dos vinhos há uma técnica chamada “tonging” que também parece uma insensatez para os tempos atuais, mas há quem tenha ressuscitado o método porque ele é supostamente muito chique.
Jonathan Ross, um sommelier do Eleven Madison Park, um novo restaurante sofisticado localizado em Manhattan, Nova York, é responsável por ressuscitar a tradição do velho mundo de usar pinças aquecidas para abrir o vinho. Colocando o metal em brasa em volta do gargalo, ele faz uma quebra deixando a rolha intacta.
Quando este método foi inventado, em Portugal, no século XVIII, como uma alternativa à abertura de garrafas de vinho, ele fazia todo o sentido e não tinha nada a ver com sofisticação. Ao contrário de muitos outros vinhos, os vinhos vintage do Porto devem envelhecer por décadas; vinte anos, cinquenta, às vezes mais.
Com a passagem do tempo, a cortiça pode começar a se desintegrar, podendo desmoronar se for retirada com um saca-rolhas. E quando você espera meio século para abrir uma garrafa, a última coisa que quer é migalhas de rolha no caminho. A alternativa? Cortar com precisão o gargalo da própria garrafa de vidro.
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