Os casos de abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal ganharam destaque na imprensa nacional, e até internacional, depois de ter sido tornado público um relatório elaborado pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, que aponta um número mínimo de vítimas da ordem das 4.815.
Nuno Markl faz parte do vasto leque de celebridade que não ficou indiferente aos dados revelados esta segunda-feira, 13 de fevereiro.
Num longo desabafo, onde defendeu que “não há abusos e pedofilia menos graves do que outros”, Markl disse acreditar que a igreja é um dos “contextos mais abjetos em que este horror puro pode acontecer”.
“Ler uma citação de um padre que, depois de cometer um abuso, diz à vítima ‘Deus está orgulhoso de ti’ é a modos que o fim do mundo. É de uma baixeza, de uma abjeção, de um calculismo – é O Mal. E é nestas alturas que eu adorava que houvesse mais provas concretas e práticas de que Deus existe. Porque me parece que um Deus decente, ao ouvir um representante d’Ele na Terra usar o seu nome para falar de orgulho após uma violação, teria mandado um providencial raio lá de cima para cima deste monstro”, escreveu, lamentando que, em vez disso, não tenha para estes homens existido “nem raio, nem prisão, nem castigo, em tantos casos – apenas silêncios, mudanças de paróquia, e sempre uma altivez tremenda a condenar pecados alheios sem reconhecer os horrendos pecados que se passam entre as suas paredes”.
Por fim, o radialista terminou revelando a sua verdadeira opinião sobre a Jornada Mundial da Juventude – evento que decorre em Portugal em agosto de 2023.
“Não digo que a Jornada da Juventude não deveria acontecer; mas diria que deviam ser sobre isto. Deviam ser uma oportunidade histórica para tão gigante instituição refletir, assumir, pedir desculpa e anunciar como pretende lidar com isto no futuro para que seja aquilo que tanta gente em todo o mundo quer acreditar que ela é”, terminou.
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