A evolução da pandemia de coronavírus no Brasil está a deteriorar-se rapidamente. Os dados divulgados no sábado pelo Ministério da Saúde brasileiro mostraram que pelo quarto dia consecutivo o país somou mais de 10 mil novos casos e que superou as 10 mil vítimas mortais, depois de registar mais 730 mortes.
Antes de serem revelados estes dados, ainda na manhã de sábado, Jair Bolsonaro cancelou os planos para um churrasco no palácio presidencial, que violava as recomendações do Ministério da Saúde.
O presidente parecia ter cedido à indignação de quem o criticava por querer realizar um churrasco para o qual disse que ia convidar 1.300 pessoas. Os críticos chamaram-lhe o “churrasco da morte”.
Mas o cancelamento do churrasco não sinalizou uma mudança na postura do presidente, que desde o início da pandemia, tem relativizado a gravidade da crise provocada pelo coronavírus.
O The Guardian adianta que horas depois de ter cancelado o churrasco, Bolsonaro foi andar de jet-ski no lago Paranoá, em Brasília. No decurso dessa atividade, o líder brasileiro parou junto a um barco e acabou por participar num churrasco flutuante. O momento foi registado em vídeo.
O presidente trocou uns dedos de conversa com as pessoas que estavam na embarcação e, mais uma vez, desvalorizou os receios em torno do coronavírus. “É uma neurose. 70% da população vai apanhar o vírus. Não há nada que eu possa fazer. É uma loucura”, asseverou Bolsonaro.
O comportamento e as afirmações do presidente brasileiro resultaram em nova onda de críticas. Humberto Costa, líder do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal, escreveu no Twitter que Bolsonaro “é um ser repugnante” e que o “Brasil não merecia isto”.
Não teve o churrasco pra comemorar a morte de 10 mil brasileiros. Mas teve um rolezinho de jet ski no lago Paranoá com direito a deboche e muita piada. @JairBolsonaro é um ser repugnante. O Brasil não merecia isso. pic.twitter.com/MH5kIVgCsL
— Humberto Costa (@senadorhumberto) May 9, 2020
