Esta versão portuguesa dos “coletes amarelos” nasceu nas redes sociais – e foi lá que começou a definhar. Ao contrário do que aconteceu em França, em Portugal muito pouca gente aderiu ao movimento, e mesmo os que aderiram, não se conseguiram entender.
Centenas de agentes foram mobilizados para responder às “manifestações de grande dimensão” que as autoridades previam para 17 pontos do país. Uma expectativa muito aquém da realidade.
As manifestações dispersaram-se durante a manhã, à excepção de um grupo que “acampou”, cercado de polícias, no Marquês de Pombal,mas mesmo assim ficou muito aquém das expectativas, pois passaram o dia andando em círculos, avançando e recuando sem uma liderança ou direcção muito concretas.
Coube quase tudo no seu saco de contestações. Apontaram o dedo aos perdões fiscais avultados, aos resgates de bancos, às falsas presenças, polémicas com as moradas e viagens de quem ocupa cargos públicos. Também se falou da ala pediátrica do Hospital de São João, das indemnizações às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande e dos luxos da classe política — até contra as “casas com piscina” se gritou a dada altura.